sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Cresce números de bebês hospitalizados com invaginação por reação à vacina rotavírus



Foto: BabyCenter

O problema foi observado em uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics

A vacina rotavírus tem causado grande polêmica nos últimos tempos. Recentemente, divulgamos o depoimento da mãe Elisa Mazzuca, que perdeu sua filha vítima de desidratação de terceiro grau, em decorrência de um quadro de diarreia aguda provocado por uma reação à vacina rotavírus, acesse o depoimento aqui. Em nossas redes sociais e no próprio depoimento de Elisa, muitas outras mães relataram que seus filhos também tiveram fortes reações à vacina rotavírus.
Agora, uma pesquisa publicada na revista científica Pediatrics relatou outro problema devido às reações causadas pela vacina rotavírus. De acordo com o estudo, o número de bebês entre 8 e 11 semanas de vida hospitalizados com invaginação por reação à vacina rotavírus teve um crescimento que variou entre 46% e 101%, o que equivale a um aumento que varia entre 16 a 22 casos a cada 100 mil bebês.
De acordo com os pesquisadores, o aumento do número de internações em decorrência de reações à vacina rotavírus ainda é muito inferior aos benefícios que esta vacina proporciona.
Outros estudos já haviam descoberto que a invaginação poderia ser uma rara reação à vacina rotavírus. “Foi verificado um pequeno aumento nas chances de invaginação, processo caracterizado pela entrada de um segmento de um órgão em outra parte do mesmo órgão. Entre 2006 e 2012, foram aplicadas 6,1 milhões de doses de VHR1 (vacina rotavírus) no Brasil e apenas 8 casos identificados. Esse índice, no entanto, é infinitamente inferior ao de mortes e hospitalizações por rotavírus”, observa a pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Entenda o que é invaginação e seus sintomas no bebê
A invaginação é uma condição na qual uma parte de um órgão, geralmente o intestino, entra em outro. Em bebês, seus sintomas são: choro forte causado por forte dor abdominal, bebês que sentem essa dor costumam contrair os joelhos na altura do peito quando choram. A dor causada pela invaginação vem e vai e geralmente dura 15 a 20 minutos no início. Com o tempo, as dores duram mais tempo e ocorrem com maior frequência.  As fezes também podem apresentar muco e sangue e o pequeno também pode vomitar, apresentar uma espécie de carocinho no abdômen e ter diarreia ou ficar letárgico. Caso seu bebê apresente qualquer um desses sintomas, é essencial entrar em contato com um médico.
Geralmente, o tratamento da invaginação pode envolver entubar o bebê e por meio desse tudo tentar fazer com que a parte do órgão saia da outra. Caso o médico não consiga desta forma, a cirurgia é necessária.
O lado bom da vacina rotavírus
É importante ressaltar que os casos de invaginação em decorrência da vacina rotavírus são bem raros e que nos últimos anos a vacina tem proporcionado muitos benefícios para a maioria dos bebês.
O rotavírus é um vírus da família Reoviridae que causa diarreia grave, frequentemente acompanhada de febre e vômitos. “Entre todas as diarreias, o rotavírus é responsável por 40% das internações, sendo que diarreia é uma das principais causas de morte de crianças menores de 2 anos, por isso as imunizações são realizadas”, explica a alergista-imunologista Ana Karolina Barreto, membro da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.
A vacina rotavírus é aplicada via oral e é indicada para a prevenção de casos de gastroenterite graves por esse tipo de vírus. “Após a introdução da vacina no Programa Nacional de Imunizações, em 2006, um estudo conduzido pelo Ministério da Saúde nas 27 unidades da federação indicou que as mortes causadas pelo rotavírus caíram 74,1% entre menores de 1 ano, e 61,4% na faixa entre 1 a 4 anos. Além disso, houve redução de 44,1% nas internações de menores de cinco anos”, constata Isabella Ballalai.
Existem dois tipos de vacina rotavírus, a monovalente (VRH1) e a pentavalente (VR5), sendo que a primeira protege contra um tipo de rotavíurs e a outra protege contra cinco tipos. Ambas são feitas a partir do vírus atenuado e geralmente são oferecidas em duas doses, mas há casos em que a VR5 é oferecida em três doses. A primeira dose é oferecida a partir de dois meses até três meses e 15 dias e a segunda dose é dada a partir de três meses e 15 dias e pode ser oferecida até cinco meses e 15 dias.
bebemamae.com

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