sábado, 26 de novembro de 2016

Mãe vende brigadeiros para pagar o tratamento do filho com Síndrome de Down


O dinheiro das vendas é revertido 100% para o tratamento do filho.


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Foi durante um exame de rotina que Gabriela Gouveia descobriu que seu filho tinha Síndrome de Down. Ela engravidou em 2015 e, com 12 semanas de gestação, recebeu a notícia. Os médicos alertaram a mãe que por causa da Síndrome o bebê poderia nascer com alguma malformação.

Henri nasceu em março deste ano e, diferente dos bebês que costumam nascer rosados, ele nasceu roxinho. Dois dias após o seu nascimento, os médicos diagnosticaram que ele tinha cardiopatia congênita.
“Meu filho apresentava dificuldade para mamar e precisou ficar 10 dias com uma sonda que o alimentava com 35 ml de leite”, explica Gabriela.
Henri aprendeu a mamar com a ajuda de uma fonoaudióloga, iniciando sua amamentação na madeira com apenas 5 ml de leite por 4 dias, além dos 35 ml via sonda. “Ele precisava aprender a sugar e a partir do quinto dia a quantidade de leite aumentou para 10 ml até chegar a 40 ml sem ajuda da sonda”.
Pouco antes de completar um mês, Henri recebeu alta e pôde ir para sua nova casa. Mas, com dois meses e meio, o bebê deu um susto na família. Henri teve uma febre fortíssima e precisou voltar ao hospital. Os médicos disseram que ele tinha pneumonia aspirativa.
“Por culpa da cardiopatia, seu coraçãozinho batia muito forte e ele não conseguia respirar e engolir ao mesmo tempo. Imediatamente os médicos orientaram que ele passasse por uma cirurgia, mas para isso era necessário que meu menino pesasse 7 kg e ele tinha apenas 4 kg”, explica a mãe.
Para melhorar a função do seu coraçãozinho, era necessário fechar o PCA (Canal Arterial Patente ou Persistente). A cirurgia foi feita quando ele atingiu o peso ideal. Depois disso, Henri teve duas pneumonias e após 15 dias fez uma segunda cirurgia. “Após a segunda operação, meu filho conseguiu se recuperar muito bem, mas não foi fácil. Ao todo, ele passou 40 dias na UTI”.
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Mas a luta da família tinha apenas começado. Gabriela descobriu que o seu convênio não cobriria as novas consultas de Henri com a fonoaudióloga. E, após pensar muito, ela decidiu largar o seu antigo trabalho para cuidar melhor da saúde do filho. “Seu bem-estar era minha maior prioridade”.
No entanto, ela precisaria trabalhar pagar o tratamento do filho e ajudar o marido com as despesas da casa. O marido trabalha como promotor de vendas e seu salário vai todo para o pagamento das despesas fixas da família. Gabriela, então, lembrou do sucesso dos brigadeiros que vendia na adolescência. “Foi aí que decidi usá-los, dessa vez para pagar o tratamento do meu filho”.
Os pais a ajudaram a comprar os ingredientes e ela decidiu divulgar a novidade em grupo no Facebook, contando a história de Henri. O resultado foi surpreendente: após 12 h da postagem, ela já tinha recebido 70 pedidos. Ela precisou comprar mais ingredientes para atender os pedidos e, de uma vez só, conseguiu o dinheiro, cerca de R$ 500, para pagar todas a sessões de fonoaudiologia do filho.
Com o aumento das vendas, ela ampliou as opções de sabores. Além do brigadeiro, ela vende casadinhoamêndoasnozesninho com nutellachurroscrocante e brigadeiro belga. Para melhor a divulgação do trabalho, ela criou a página Brigadeiro do Bem. Os gastos mensais com o tratamento do filho giram em torno de R$ 1.300. Por isso, os pedidos têm feito bastante diferença no orçamento da família.
O dinheiro das vendas é revertido 100% para o tratamento do filho. Em breve, Henri passará por mais uma intervenção cirúrgica para estabilizar seu quadro. Atualmente, Gabriela busca um emprego fixo para dividir as despesas da casa com o marido e ela tem fé que irá conseguir. “Tenho muita fé de que as coisas vão continuar dando certo na nossa família. Já superamos muitas barreiras”.
Leia a história de Henri contada pela própria mãe aqui.

razoesparaacreditar.com

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