Não, esse não é um post patrocinado. :) Mas é que a pergunta teima em aparecer por aqui de tempos em tempos: “Thalita, como eu pinto um móvel estilo Casas Bahia?”. De tanto perguntarem, me senti na obrigação de responder.
Pra começar, o tal do “móvel Casas Bahia”, assim entendo, é esse tipo de móvel que não é feito de madeira de verdade. Geralmente de MDF ou compensando, possui um acabamento laminado ou então de fórmica. Em outras palavras, é aquele móvel totalmente funcional, que guarda as suas tralhas, mas que não decora. Não sei se você tá lembrado, mas aqui no blog já pintei 3 móveis desse tipo. Por isso, vou usar esses exemplos para tentar montar esse guia rápido de dúvidas para quem ainda está com medo de se jogar numa transformação. O que você vai encontrar aqui são algumas conclusões sobre tintas e técnicas que aprendi através das minhas tentativas, erros e acertos. Modéstia à parte, por aqui elas funcionaram bem que só. Espero que funcionem por aí também!
Em 1º lugar, lixe, mesmo que você ache que não precisa. “Mas é tudo lisinho, lixar o quê, Dona?”. Lixar o que puder de verniz, deixar a superfície o mais porosa possível. Você não vai notar grande diferença ao olhar para o móvel lixado, mas a superfície vai estar mais preparada para receber a tinta, que vai aderir com mais facilidade.
Para saber quando parar de lixar, olhe a superfície contra a luz e veja se ainda há brilho sobre ela. Se sim, continue lixando até que a superfície esteja bem fosca. Para um criado mudo pequeno, de aproximadamente 40 cm de largura e 70 cm de altura, você vai levar uns 20 minutos lixando. Superfícies em fórmica também devem receber uma lixa antes da pintura.
Alguns desses móveis são feitos com folhas de fórmica ou laminados que, com o tempo, acabando lascando, descascando. Por isso, antes de partir pra pintura, dá pra resolver rapidinho essa questão com uma massa. Eu uso uma específica para madeira e dá certo. Basta espalhar como se fosse um reboco de parede com a ajuda de uma espátula. Vá esticando a massa até que ela fique do jeito que você quiser e deixe secar. Depois de seca, basta lixar a superfície para que ela fique ainda mais lisa e uniforme, sem desníveis entre áreas com massa e áreas sem massa. Repita essa operação até que a superfície esteja bem nivelada. Para cobrir essas falhas aí da foto com perfeição foram necessárias 3 camadas de massa.
Vou confessar a você: nunca usei uma base para pintura. Sempre parti direto para a tinta. A questão é que o fundo nivelador te ajuda muito a garantir uma pintura uniforme e que não descasque. Além disso, ele diminui a quantidade de demãos de tinta, pois a mesma vai cobrir a superfície com mais eficácia.
Por isso, se você não quiser arriscar, te aconselho a fazer como manda o figurino. O rapaz da loja de tintas pode te ajudar com as inúmeras marcas disponíveis no mercado. Mas se me permite uma dica, aqui vai: escolha uma base da mesma marca da tinta que você deseja usar. Eles foram feitos para trabalharem em conjunto, então, há mais chance dessa combinação dar certo.
A hora de pintar é que são elas, não é mesmo? Fica a dúvida: com qual tinta pintar? Se for para a área externa, não tem saída: o jeito é pintar com esmalte sintético à base de óleo usando um rolinho ou então partir para a tinta em spray (que, no caso, é o mesmo esmalte sintético à base de óleo, só que em aerosol). Mas se a sua pintura for para a área interna, temos algumas opções:
- Tinta Acrílica: É a mesma tinta usada para pintar paredes. À primeira vista, parece que não vai funcionar nos móveis estilo “Casas Bahia”, mas já pintei alguns e o resultado dá certo. Além dos galões de 250 ml que você encontra nas lojas de bricolagem, você encontra também esses potinhos de tinta acrílica (PVA) em lojas de artesanato. A cartela de cores é imensa e o preço é camarada. Com R$10 (ou 4 potinhos) você pinta um criado mudo, pois dá pra diluir a tinta em aproximadamente 30% de água, o que faz a mesma render bastante, O segredo? A primeira demão funciona como uma base para receber as demais camadas. Essa primeira camada ficará quase transparente, cheia de falhas. Quando ela estiver seca, dê uma leve lixada (cuidado para não retirar a tinta) e parta para a segunda demão. Já a segunda ficará totalmente coberta, mas com pequenas falhas e a terceira deixará o acabamento 100%. É aconselhável diluir a tinta em um pouco de água e usar um rolinho de espuma macio e bem limpo.
Para pintar: use uma bandeijinha de pintor para despejar a tinta e diluí-la em água. Passe todo o rolinho de espuma na tinta, sem economia e de forma igual em todos os lados. Acumule tinta no rolinho, ou “carregue de tinta”, como costuma-se falar. Espalhe o rolinho bem molhado sobre a superfície, como se fosse molhar todas as partes com a tinta. Depois de aplicar a tinta em excesso em toda a área, esfregue o rolinho na bandeja de pintura, pressionando para retirar o excesso de tinta. Passe novamente o rolinho mais seco sobre a pintura, sem esfregar ou fazer peso. O próprio peso do rolinho deve passar pela superficie, absorver o excesso de tinta, espalhá-la melhor e alisá-la. Deixe secar e, entre uma demão e outra, dê uma leve lixada para que o acabamento fique 100%. Para proteger, aplique verniz em spray fosco sobre todo o móvel.
Onde encontrar? Em lojas de tinta ou bricolagem. Você pode escolher entre centenas de cores disponíveis na cartela. Para móveis pequenos, uma latinha de “Tira Teima” é o suficiente. Muitas lojas de bricolagem oferecem essas latinhas menores para que você teste o tom da tinta. Para pintar móveis, escolha sempre 1 tom mais escuro do que você realmente deseja, pois a cor costuma ficar mais clara no móvel do que na amostra.
- Tinta em Spray: Aconselhável somente para móveis pequenos, pois faz sujeira e possui cheiro forte. Por mais que você ache que o local está protegido com jornal, aconselho triplicar o cuidado ou pintar em áreas externas ou na garagem. Além disso, se o móvel possuir partes em ferro ou plástico, a tinta em spray é uma boa pedida para fazer esse acabamento.
Antes de aplicar a tinta sobre o móvel, teste a mesma sobre um jornal, na mesma direção e do mesmo jeito que será aplicada sobre o móvel. Observe se a pintura está sem gotas, sem falhas. Se estiver tudo ok, parta para a superfície desejada. Repita esse passo sempre que você ficar mais de 20 minutos sem usar a tinta, pois o bico do spray pode ressecar e entupir, causando os indesejáveis respingos.
O segredo para aplicação da tinta em spray está na quantidade de tinta aplicada. A primeira camada não deverá cobrir a superfície perfeitamente. Aliás, ela não deve cobrir nem metade dela, somente dar uma manchada como um todo. A primeira camada deve funcionar somente como uma nuvem de cor, que prepara uma base para a segunda demão. Evite aplicar a tinta muito tempo sobre o mesmo local. O acúmulo de tinta é o que faz a mesma escorrer. Para garantir que isso não aconteça, pinte uma superfície de cada vez, na horizontal. Fique atento, no entanto, para que a lata de tinta esteja sempre em pé. Se ela estiver deitada, você corre o risco de ter que lidar com respingos. Se isso acontecer, passe um jornal sobre o relevo da gota, ainda úmida, para alisá-la. Espere secar totalmente e aplique uma nova camada de tinta.
Para proteger, use verniz em spray fosco ou brilhoso, dependendo do acabamento desejado.
Onde comprar? Você encontra as marcas Colorgin e Suvinil com facilidade nas lojas de bricolagem ou de artesanato. Elas são fáceis de se trabalhar, mas a cartela de cores é limitada e só se encontram em acabamento brilhoso (com exceção do preto e branco, que também existem no acabamento fosco). Além dessas duas marcas, eu costumo usar uma tinta em spray chamada MTN 94, que possui uma variada cartela de cores, um cheiro mais suave e o acabamento é fosco.Eu sei que vende aqui e aqui. O valor? Um pouco mais barato que Colorgin e Suvinil.
- Esmalte Sintético: se você quiser um efeito parecido com o laqueado ou com o da tinta em spray, a pedida é o esmalte sintético aplicado com um rolinho de espuma. Dê preferência pelas opções à base de água, que possuem um cheiro mais suave e são mais fáceis de limpar a sujeira (inclusive de rolinhos e pincéis).
Disponível em dois acabamentos, o nome já diz tudo: fosco para o acabamento matte, sem brilho. Ou brilhoso (ou alto brilho) para aquele acabamento tipo laqueado. Eu gosto muito do acabamento fosco.
Para pintar: use uma bandeijinha de pintor para despejar a tinta e diluí-la em água. Passe todo o rolinho de espuma na tinta, sem economia e de forma igual em todos os lados. Acumule tinta no rolinho, ou “carregue de tinta”, como costuma-se falar. Espalhe o rolinho bem molhado sobre a superfície, como se fosse molhar todas as partes com a tinta. Depois de aplicar a tinta em excesso em toda a área, esfregue o rolinho na bandeja de pintura, pressionando para retirar o excesso de tinta. Passe novamente o rolinho mais seco sobre a pintura, sem esfregar ou fazer peso. O próprio peso do rolinho deve passar pela superfície, absorver o excesso de tinta, espalhá-la melhor e alisá-la. Deixe secar e, entre uma demão e outra, dê uma leve lixada para que o acabamento fique 100%. Para proteger, aplique verniz em spray fosco sobre todo o móvel.
Onde encontrar? Em lojas de tinta ou bricolagem. Você pode escolher entre centenas de cores disponíveis na cartela. Para móveis pequenos, uma latinha de “Tira Teima” é o suficiente. Muitas lojas de bricolagem oferecem essas latinhas menores para que você teste a o tom da tinta. Para pintar móveis, escolha sempre 1 tom mais escuro do que você realmente deseja, pois a cor costuma ficar mais clara no móvel do que na amostra.
Além das tintas, já vimos por aqui que também é possível brincar com tecidos e papéis nas gavetas, tampos de mesa e onde mais sua criatividade desejar. Mas essas são cenas para os próximos capítulos. Espero que esse guia te ajude a garrar confiança e colocar a mão na massa. Sempre quando tiver novidades, acrescento aqui no nosso guia, que só tende a ficar mais completo! Combinado?
casadecolorir.com.br
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