O dinheiro das vendas é revertido 100% para o tratamento do filho.
Foi durante um exame de rotina que Gabriela Gouveia descobriu que seu filho tinha Síndrome de Down. Ela engravidou em 2015 e, com 12 semanas de gestação, recebeu a notícia. Os médicos alertaram a mãe que por causa da Síndrome o bebê poderia nascer com alguma malformação.
Henri nasceu em março deste ano e, diferente dos bebês que costumam nascer rosados, ele nasceu roxinho. Dois dias após o seu nascimento, os médicos diagnosticaram que ele tinha cardiopatia congênita.
“Meu filho apresentava dificuldade para mamar e precisou ficar 10 dias com uma sonda que o alimentava com 35 ml de leite”, explica Gabriela.
Henri aprendeu a mamar com a ajuda de uma fonoaudióloga, iniciando sua amamentação na madeira com apenas 5 ml de leite por 4 dias, além dos 35 ml via sonda. “Ele precisava aprender a sugar e a partir do quinto dia a quantidade de leite aumentou para 10 ml até chegar a 40 ml sem ajuda da sonda”.
Pouco antes de completar um mês, Henri recebeu alta e pôde ir para sua nova casa. Mas, com dois meses e meio, o bebê deu um susto na família. Henri teve uma febre fortíssima e precisou voltar ao hospital. Os médicos disseram que ele tinha pneumonia aspirativa.
“Por culpa da cardiopatia, seu coraçãozinho batia muito forte e ele não conseguia respirar e engolir ao mesmo tempo. Imediatamente os médicos orientaram que ele passasse por uma cirurgia, mas para isso era necessário que meu menino pesasse 7 kg e ele tinha apenas 4 kg”, explica a mãe.
Para melhorar a função do seu coraçãozinho, era necessário fechar o PCA (Canal Arterial Patente ou Persistente). A cirurgia foi feita quando ele atingiu o peso ideal. Depois disso, Henri teve duas pneumonias e após 15 dias fez uma segunda cirurgia. “Após a segunda operação, meu filho conseguiu se recuperar muito bem, mas não foi fácil. Ao todo, ele passou 40 dias na UTI”.
Mas a luta da família tinha apenas começado. Gabriela descobriu que o seu convênio não cobriria as novas consultas de Henri com a fonoaudióloga. E, após pensar muito, ela decidiu largar o seu antigo trabalho para cuidar melhor da saúde do filho. “Seu bem-estar era minha maior prioridade”.
No entanto, ela precisaria trabalhar pagar o tratamento do filho e ajudar o marido com as despesas da casa. O marido trabalha como promotor de vendas e seu salário vai todo para o pagamento das despesas fixas da família. Gabriela, então, lembrou do sucesso dos brigadeiros que vendia na adolescência. “Foi aí que decidi usá-los, dessa vez para pagar o tratamento do meu filho”.
Os pais a ajudaram a comprar os ingredientes e ela decidiu divulgar a novidade em grupo no Facebook, contando a história de Henri. O resultado foi surpreendente: após 12 h da postagem, ela já tinha recebido 70 pedidos. Ela precisou comprar mais ingredientes para atender os pedidos e, de uma vez só, conseguiu o dinheiro, cerca de R$ 500, para pagar todas a sessões de fonoaudiologia do filho.
Com o aumento das vendas, ela ampliou as opções de sabores. Além do brigadeiro, ela vende casadinho, amêndoas, nozes, ninho com nutella, churros, crocante e brigadeiro belga. Para melhor a divulgação do trabalho, ela criou a página Brigadeiro do Bem. Os gastos mensais com o tratamento do filho giram em torno de R$ 1.300. Por isso, os pedidos têm feito bastante diferença no orçamento da família.
O dinheiro das vendas é revertido 100% para o tratamento do filho. Em breve, Henri passará por mais uma intervenção cirúrgica para estabilizar seu quadro. Atualmente, Gabriela busca um emprego fixo para dividir as despesas da casa com o marido e ela tem fé que irá conseguir. “Tenho muita fé de que as coisas vão continuar dando certo na nossa família. Já superamos muitas barreiras”.
Leia a história de Henri contada pela própria mãe aqui.
razoesparaacreditar.com
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